Política

Antidecote: Deputadas baianas criticam normatização de roupas no Congresso

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As três deputadas federais da Bahia criticaram o projeto que quer “normatizar” as roupas das mulheres na Câmara dos Deputados, em Brasília. Única a concordar com a proposta, Tia Eron (PRB) disse que o regimento da Casa, por não estar “acostumado com mulheres na política”, não faz menção à vestimenta das mulheres. “A política tem uma cultura masculina muito enraizada”, sintetizou. Para ela, as mulheres que frequentam a Casa Legislativa precisam estar “adequadas” à liturgia do lugar. “Você precisa usar um vestido com manga, um blazer, um tailleur. Uma mulher decentemente trajada não é uma mulher que chega com vestido colado”, opinou. Contrária à proposta, Moema Gramacho (PT) quer uma audiência pública na Casa para debater o projeto da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). “Não concordamos com diversos pontos apresentados e hoje fomos surpreendidos com a apresentação dela do projeto à Mesa Diretora. Queremos conversar com todas as deputadas, com as servidoras e os terceirizados”, disse. Ainda de acordo com Gramacho, a proposta tem um cunho “elitista”. “Existe um preconceito de classe. Ela exige que o tênis seja limpo, não seja de cores extravagantes ou cítricas. Além disso, proíbe-se também a roupa justa, decotada, não pode calça jeans estilizada e não pode saia acima do joelho”, enumerou. Para Alice Portugal (PCdoB), a Câmara dos Deputados deveria se debruçar sobre assuntos mais “importantes”. “O Brasil tem tanta coisa pra tratar. Temos uma crise, temos as categorias do setor público, temos pessoas desabrigadas, e aparece um projeto desta natureza. Completamente irrelevante”, classificou. Para a comunista, a proposta é “conservadora”. “Eu acho que é uma proposta conservadora, que eleva a estética e ignora a ética e as propostas políticas. Todo mundo aqui é pautado pelo bom senso”, finalizou.

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