Política

Queimadas: Prefeitura falida e pouco dinheiro faz prefeito desistir de reeleição

As dificuldades para manter os serviços essenciais e pagar o 13º salário levou o prefeito de Queimadas, Tarcísio de Oliveira Pedreira (PR), a tomar uma decisão drástica no mês passado: desistiu de disputar a reeleição em 2016.

Pedreira segue o mesmo caminho de outros gestores baianos, como a prefeita de Jequié, Tânia Brito (PP), e o prefeito de Ichu, Antônio George Carneiro (PSC), ambos num esforço para equilibrar o orçamento e não cair na malha fina do Tribunal de Contas dos Munícipios (TCM).

Indagado sobre a eleição, o prefeito Tarcísio foi direto: “Queimadas recebia cerca de R$ 1,2 milhão de FPM e perdeu R$ 400 mil em setembro. Há três meses deixei de receber R$ 200 mil do governo do Estado para o Hospital Edson Silva. Estou há mais de um ano sem receber do governo federal mais de R$ 500 mil da verba para a assistência social. Nossa previsão é receber R$ 1,5 milhão a menos para educação (Fundeb). Como vou ter cabeça para pensar e, eleição?”, indagou ele.Para completar, Queimadas tem 1.100 servidores concursados, portanto não podem ser demitidos, cuja folha está assim dividida: R$ 530 mil (administração direta), R$ 350 mil (saúde) e R$ 1,2 milhão (educação). O prefeito teme ter as contas rejeitadas pelo TCM porque as despesas com pessoal já correspondem a 64% da receita corrente líquida (RCL), quando o limite imposto na Lei de Responsabilidade Fiscal é de 54%.

portal-cleriston-silva-IMG789HP99848-300x207Apontando o governo federal como responsável por grande parte da crise dos municípios, o prefeito critica o descaso com o dinheiro público. Ele citou o abandono das obras da creche que está construindo no município, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A creche foi orçada em R$ 1,8 milhão para atender a mais de 200 crianças de 0 a 6 ano, mas segundo Tarcísio de Oliveira, a construtora MVC, que venceu a licitação, abandonou a obra no início do ano. “A construtora alegou prejuízos e que não tem interesse. O governo licita, solta o dinheiro, a construtora não faz e fica sem solução”, queixa-se Oliveira.

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