Saúde e Ciência

Enfermeira deixada em quarentena nos EUA diz que processará autoridades

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RIO – Uma enfermeira americana que voltou de um trabalho voluntário contra a epidemia de ebola em Serra Leoa. na África, afirmou que processará autoridades de Nova Jersey por ter sido obrigada a ficar em quarentena. Kaci Hickox disse que se sentiu como uma criminosa ao ficar detida ainda no aeroporto de Newark, perto da cidade de Nova York. Segundo a enfermeira, seus direitos civis não foram respeitados pelas autoridades.

Todos os passageiros que desembarcam de voos vindos de países afetados pelo surto são examinados em aeroportos do mundo todo. Quando funcionários do terminal aéreo em Nova Jesery inicialmente examinaram HicKox, foi constatada uma temperatura corporal de 36,67º C. Na segunda hora, porém, a temperatura subiu para 38,33º C, e ela foi imediatamente levada a um hospital para ficar em quarentena. A enfermeira alega que, ao chegar à unidade de saúde, sua temperatura estava em 36º C, e que testes seguintes para o ebola deram negativo.

A decisão da enfermeira de acionar a Justiça vem à tona em meio à pressão sobre os governos de Nova York e Nova Jersey, que, nesta sexta-feira, divulgaram medida obrigando todos os funcionários de saúde que chegam da África após lidar com o surto de ebola a ficar de quarentena por 21 dias, mesmo sem os sintomas. Neste domingo, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, fez um pronuciamento flexibilizando a regra, afirmando que os especialistas que retornarem aos EUA sem os sintomas podem ficar em isolamento dentro de casa. Eles seriam compensados financeiramente pelos dias perdidos de trabalho.

As medidas mais rigorosas foram postas em prática após um médico americano ter contraído o vírus em seu regresso da Guiné na semana passada para Nova York. Craig Spencer chegou a circular pela cidade antes de sentir os sintomas.

Hickox faz parte da organização Médicos Sem Fronteiras. Ela descreveu a experiência de ser colocada em quarentena no aeroporto de Newark como “assustador” e um “frenesi de desorganização”. O advogado dela, Norman Siegel, disse seu isolamento levantou questões de liberdade civil, uma vez que ela não apresentou nenhum sintoma de ebola e nem deu resultado positivo para o vírus.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que a enfermeira é uma heroína que não foi tratada com o devido respeito quando foi obrigada a ficar de quarentena. “A gente devia a ela e a todas as pessoas algo melhor do que isso”, disse ele a repórteres perto do Hpsotal Bellevue, onde Craig Spencer está sendo tratado. Segundo a mãe de Hickox, ela estava sendo mantida numa barraca com sistema de ar e privada, mas sem sequer um chuveiro. “Não tinha TV, nem livros, nem revista nem nada”, criticou Karen Hickox.

Mais de 10 mil pessoas contraíram ebola na África, resultando até o momento em 4.922 mortes, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde.

Fonte: oglobo

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