Rui anuncia grupo de transição; secretariado sai em dezembro
O governador eleito da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta quarta-feira, 29, que reduzirá secretarias e cortará cargos comissionados na administração estadual. O anúncio foi feito nesta quarta, quando Rui, ao lado do governador Jaques Wagner, apresentou a equipe de transição, coordenada pelo atual secretário da Fazenda, Manoel Vitório.
“O foco não é cortar para economizar no custo, mas é evidente que isso é uma boa consequência. O foco é melhorar a eficiência, rapidez, retirar duplicidades de ações, otimizar e melhorar a gestão. A consequência dessa otimização é a redução de custos, inclusive com cargos comissionados, que nós também vamos reduzir”, informou.
Rui não especificou quantos cargos cortará ou quais pastas serão extintas, mas disse que as alterações serão enviadas em um projeto de lei para a Assembleia Legislativa até o próximo dia 30 de novembro. Antes disso, a equipe de transição avaliará três ou quatro opções de remodelagem da atual estrutura administrativa do estado.
O governador eleito disse que irá pedir “pessoalmente a compreensão dos deputados” para ver o projeto aprovado ainda este ano, apesar do prazo curto.
“O objetivo é que a gente já possa iniciar o ano com a nova estrutura administrativa, ou teríamos que esperar até março, depois do Carnaval, e aí perderíamos três ou quatro meses”, disse.
Rui afirmou que pretende ouvir a opinião de Wagner antes de decidir sobre a nova estrutura administrativa. Isso só acontecerá, porém, dentro de duas semanas, após Rui voltar de uma viagem de descanso. Wagner vai nesta quinta, 30, para Portugal e Espanha e só retorna em uma semana.
“Os critérios serão de economizar com área-meio e sobrar algum recurso para área-fim e tentar modernizar o estado. Vamos introduzir ferramentas tecnológicas mais modernas para melhorar gestão e monitoramento do governo”, declarou o governador eleito.
Novo secretariado
Rui informou também que só anunciará o novo secretariado entre os dias 1º e 10 de dezembro e evitou qualquer sinalização. “Ninguém está autorizado a falar em meu nome, portanto qualquer boato ou especulação está desautorizado desde já”, afirmou.
Wagner disse que não indicará qualquer secretário para a próxima gestão. Segundo ele, a montagem dependerá de Rui – que conhece “o governo todo por dentro” por ter sido chefe da Casa Civil. As conversas com os partidos aliados sobre cargos só ocorrerão após Rui retornar de viagem, mas a expectativa é que o PP e o PSD, partidos do vice-governador eleito João Leão e do senador eleito Otto Alencar, ocupem espaços privilegiados.
A “fome” por postos importantes não deverá ser pequena. Ainda durante a campanha, em ato no qual o PP firmou seu apoio à candidatura de Rui, vários integrantes do partido falaram abertamente, durante discursos, em ampliar a participação na estrutura do governo.
Entretanto, com a saída do PSB do governo, Rui teria menos legendas a acomodar, pelo menos a princípio, já que a senadora Lídice da Mata, presidente da sigla na Bahia, descarta um retorno tão rápido ao governo.
Equipe de transição
A equipe de transição terá um perfil técnico e “nenhuma relação com a consequente indicação de primeiro ou segundo escalão ou direção de empresas”, disse Rui.
O grupo já iniciou os trabalhos e se reunirá sempre na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem). Além de Vitório, a equipe é composta por Carlos Mello, secretário da Casa Civil, Cláudia Moura, procuradora do estado, Adriano Chagas, chefe de gabinete da Fazenda, Rodrigo Lima, chefe de gabinete da Secretaria de Administração, Cláudio Peixoto, superintendente de Orçamento Público da Secretaria do Planejamento, Luiz Henrique Dutra, coordenador-executivo da Casa Civil, e Nelma Araújo, superintendente de atendimento ao cidadão da Secretaria de Administração.