Janot acusa Collor de receber pelo menos R$ 29 milhões em propina pela BR Distribuidora
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado
O procurador-Geral da República Rodrigo Janot acusa o senador Fernando Collor (PTC-AL) de ter recebido pelo menos R$ 29 milhões em propinas referentes a dois contratos na BR Distribuidora. Um destes se refere à troca de bandeira de postos de combustível com a empresa Derivados do Brasil (DVBR); o outro está relacionado à construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia. Investigações da Lava Jato revelaram que a subsidiária da Petrobras teria sido palco de um esquema de corrupção e loteamento de cargos políticos semelhante ao ocorrido na Petrobras. De acordo com o Estadão, a acusação é parte da denúncia contra Collor em agosto de 2015 e aditada em março deste ano, mas até então mantida sob sigilo. O senador alagoano deverá responder por corrupção passiva (30 vezes), lavagem de dinheiro (376 vezes) e peculato (48 vezes). Também foram denunciados Caroline Serejo Medeiros Collor de Melo, esposa do senador, que deverá responder por lavagem de dinheiro (74 vezes); Luís Pereira Duarte de Amorim, apontado pelos investigadores como ‘testa-de-ferro’ do senador, por corrupção passiva (25 vezes) e lavagem de dinheiro (260 vezes); o empresário Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, suposto ‘operador particular’ de Collor, que deverá responder por peculato qualificado, corrupção passiva (30 vezes), fraude à licitação (quatro vezes), violação de sigilo funcional (quatro vezes) e lavagem de dinheiro (348 vezes); Luciana Guimarães de Leoni Ramos, esposa de Pedro Paulo, por lavagem de dinheiro (duas vezes); os assessores parlamentares Cleverton Melo da Costa (falecido), por lavagem de dinheiro (13 vezes) e peculato (48 vezes), Fernando Antônio da Silva Tiago, por lavagem de dinheiro (quatro vezes) e peculato (48 vezes), e William Dias Gomes; e Eduardo Bezerra Frazão, diretor financeiro da TV Gazeta de Alagoas. No caso do falecido, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a extinção de punibilidade. Os denunciados respondem também pelo crime de organização criminosa, de acordo com o Estadão. Janot pediu a condenação dos acusados, decretação da perda de função pública para quem a possui, reparação dos danos materiais e morais supostamente causados pelas condutas dos denunciados no valo de R$ 154,75 milhões e a decretação da perda, em favor da União, dos bens e valores objeto da lavagem de dinheiro, no valor de R$ 30,9 milhões.