Ex-vereador José Barros (Seu Dandé) foi homenageado na câmara de vereadores
Na sessão da câmara de Vereadores da cidade de Antônio Gonçalves, da última terça-feira(16), o Legislativo prestou homenagem ao Ex-vereador José Barros (Seu Dandé).
Conheça a História de seu Dandé
Filho mais novo de D. Alcina Dantas de Barros e Sr. Antônio Joaquim Barros. Nasceu no Povoado de Canavieiras em 10 de novembro de 1924, José Barros, desde pequeno conhecido carinhosamente como “Dandé.” Naquele tempo as escolas eram raras e a dificuldade em frequentá-las era imensa, razão pela qual não teve a oportunidade de avançar nos estudos, mas apesar disso era possuidor de enorme capacidade de discernimento na resolução dos problemas da vida. Desde pequeno manteve forte proximidade com a terra plantando e cuidando diuturnamente com muita dedicação dos comuns “roçados” de milho, feijão e fumo e na criação de gado. Desde cedo e por grande parte da sua vida iniciava suas atividades diárias antes do “nascer do sol” pois tinha que ajudar na tarefa de tirar o leite das vacas, já na propriedade no povoado de Laginha. Por vezes ele relatava que, como todo rapaz da época e da redondeza, ia pra festas de Santa Efigênia no Povoado de Bananeiras, mas lembrando que tinha o compromisso de voltar ainda de madrugada para iniciar suas atividades diárias antes do “sol nascer”. Avançando um pouco no tempo, ainda no inicio da década de 50 conheceu uma “mocinha” que morava no Distrito Itinga da Serra que se chamava Eunice, mais conhecida como Nicinha, com quem veio a se casar e constituir família em Outubro de 1952. Como muitos jovens casais nordestinos, em 1953 foi tentar a vida em São Paulo, onde trabalhou na indústria metalúrgica, mas apesar do habitual empenho e dedicação em tudo que fazia e por não ter grau de instrução satisfatória não obteve o merecido crescimento profissional naquela fábrica, até porque naquela época as leis trabalhistas sequer enxergavam os seus trabalhadores como coadjuvantes nos sistemas produtivos, principalmente os industriais. Provavelmente o conjunto desses fatores desfavoráveis não permitiu a esse sertanejo um crescimento capaz de sustentar com dignidade sua família. Em 1955, decidiu retornar a Itinga para cuidar das terras e da sua mãe, D. Alcina e assim o fez de forma incansável por longos anos. Tempos depois tentou o garimpo de amestista na “Serra da Cabeluda e mais tarde na Carnaíba, ambas as tentativas sem muito sucesso, mas sempre com “um pé” na lavoura e na criação de gado, desenvolvidas na propriedade da Laginha. Foi ainda, nos anos 70 e 80, proprietário de pequena fábrica de fubá e derivados de milho na Itinga. No inicio dos anos 70 ingressou na vida publica, quando foi eleito Vereador do Município de Antônio Gonçalves com mandato de 1973-1976. Lamentavelmente, partiu aos 99 anos e 7 meses, deixando, além da iliba e exemplar conduta, os filhos, Alberto, Reginaldo e Manoel João (Rujo), 21 netos, 20 bisnetos, familiares, amigos, e muita… muita saudade!.
Antonio Gonçalves, 16 de julho de 2024
