Com demanda crescente, Bahia fará investimento em aeroportos
Os baianos estão usando mais os aeroportos regionais para voos pelo estado e para outras regiões do país. Somente em Barreiras, na região oeste, o movimento de passageiros aumentou 30% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período no ano passado. Para atender a demanda crescente, pelo menos, 20 dos 82 terminais regionais devem receber investimentos de R$ 800 milhões nos próximos cinco anos.
O investimento está previsto dentro do Plano Aeroviário do Estado da Bahia, a ser apresentado oficialmente nesta terça-feira, 28, durante seminário em Salvador, na sede da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), órgão que administra os terminais regionais.
Graças aos estudos que foram iniciados há quatro anos, a Diretoria de Terminais e Aeroportos da Seinfra pôde definir, por exemplo, quantos aeroportos precisarão ser totalmente reconstruídos, com desativação dos espaços onde funcionam atualmente.
É o caso do aeroporto de Vitória da Conquista, cujas obras do novo aeroporto já estão adiantadas, dotando o equipamento agora para receber aeronaves maiores, como boeings com capacidade para transportar até 189 passageiros.
Novos aeroportos
Receberão ainda novos aeroportos os municípios de Senhor do Bonfim, Bom Jesus da Lapa, Porto Seguro e Maraú, além de Ilhéus que, assim como Salvador, é gerido pela Infraero. No caso da capital, a construção da segunda pista será feita já no modelo de concessão, anunciado no mês passado pelo governo federal.
O Plano Aeroviário avalia as condições e projeta necessidades, até 2033, para todos os aeroportos e aeródromos regionais geridos pelo governo baiano. São considerados aeródromos os equipamentos que não possuem atividade comercial, ou seja, não contam com voos regulares e terminais de passageiros.
Para 14 aeródromos, o Plano prevê, a depender de cada caso, reformas nos terminais de passageiros e nos sistemas de iluminação pública, nova sinalização, ampliação de pista de pouso e decolagem, além da construção de vias de acesso e de pátio de estacionamento. Em alguns casos, as intervenções preveem inclusive criar as condições para a atividade comercial.
“O aeroporto de Guanambi, por exemplo, deve ser o próximo a operar com voos regulares, ainda este ano”, adianta o secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti. “Melhorias também estão previstas para as pistas de pouso, em locais como Formosa do Rio Preto, Prado e Belmonte”, completa
Mais urgentes
O secretário acredita que, com a elaboração do plano, considerado pioneiro no país, o governo baiano terá mais condições de obter sucesso nos pleitos junto à Secretaria da Aviação Civil. “Só pelo diagnóstico prévio, já conseguimos avançar”
De acordo com Cavalcanti, devem ser ainda contratadas, até o final do ano que vem, as obras mais urgentes nos aeroportos de Barreiras, orçadas em R$ 60 milhões, Lençóis (25 milhões), Teixeira de Freitas (50 milhões), além de Feira de Santana (R$ 150 milhões). Para o aeroporto de Feira, que passou a operar comercialmente no segundo semestre de 2014, está prevista até a construção de um terminal de cargas.
“Maior entrocametno rodoviário do Nordeste, a região possui fábricas de produtos farmacêuticos e eletroeletrônicos portáteis, de alto valor agregado e menor peso, ideais para o transporte por avião”, explica.
Companhias aéreas revelam interesse em voos regionais
Com a constatação do aumento crescente da demanda de passageiros nos aeroportos regionais, as companhias aéreas têm revelado interessado em operar voos regulares no estado. O Plano Aeroviário do Estado da Bahia evidencia a viabilidade também para os investimentos privados na área.
Além de Barreiras, cujo o número de passageiros para embarque e desembarque cresceu 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao ano passado, também houve alta em Lençóis (7%) e Vitória da Conquista (5%, mesmo com o equipamento saturado). O levantamento foi feito pelo engenheiro de aeronáutica Jorge Medeiros, que atuou como consultor do plano.
Ainda de acordo com o estudo, em outros três aeroportos, que só passaram a atuar comercialmente no final do ano passado, o número de usuários, no primeiro semestre deste ano, também foi considerado significativo, independentemente do cenário de retração econômica: Feira de Santana, 12 mil passageiros; Teixeira de Freitas, 13 mil e Valença, 1.300.
Incentivos
Em Porto Seguro, foi registrada uma queda de 5%, número considerado normal, diante da relação de demanda e saturação do equipamento. “Vale ressaltar que o crescimento do movimento na cidade que já havia ocorrido em 2014 em relação a 2013”, frisou Medeiros.
No estado, as companhias aéreas ainda contam com incentivos fiscais, com redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no combustível da aeronave.
A Tarde