Em grupo do Whatsapp, deputados ameaçam derrubar propostas caso não tenham verba
Um grupo de Whatsapp criado pelo deputado federal Elmar Nascimento (DEM) revelou um suposto acordo entre parlamentares recém-eleitos para ameaçar derrubar projetos do governo caso não tivessem verbas liberadas para seus redutos eleitorais.
Na conversa a que a Folha de São Paulo teve acesso, denominada “Deputados Federais Novatos”, haveria membros de partidos nanicos, de partidos de oposição (DEM e PSDB), de aliados (PMDB e PCdoB) e até mesmo do governo (PT). Ao apresentar o grupo, há cerca de uma semana, Elmar disse que criou a lista para “trocarmos experiências e nos defendermos de determinadas tradições que visam prejudicar nossos interesses”. “Nos enganaram e não vão pagar nossas emendas. […] Precisamos nos mobilizar”, convoca o democrata baiano. Segundo a Folha, os novatos da Câmara teriam recebido a promessa de receber R$ 10 milhões cada para as emendas parlamentares, investimentos da União para as regiões apoiadas pelos deputados que só são obrigatórios para os reeleitos. Mas na semana passada, o governo teria sugerido que não terá dinheiro para garantir o acordo, o que não deixou o grupo satisfeito. Na rede social, os deputados ameaçaram não aprovar a proposta de desoneração da folha de pagamento, apresentada pelo governo visando reequilibrar as contas públicas. A votação está prevista para esta semana, mas pode ser derrubada ou atrasada pelo grupo, que inclui 243 dos 513 titulares da Câmara. “A hora de pressionar é agora que temos votações importantes pro governo. Depois, já era”, disse Fábio Meditieri (PSD-SE). “Bora (sic) reunir… Será que fomos vítimas de estelionato”, sugere Delegado Waldir (PSDB-GO). “Teremos votações de alta relevância nos próximos dias. Deveríamos nos reunir para uma discussão pragmática”, completa Carlos Andrade (PHS-RR). Até o petista ex-presidente do Corinthians, André Sanchez (SP) aderiu à revolta. “Mas tem que avisar o presidente [Eduardo Cunha] e o governo aviso eu”, garantiu. Os “rebeldes” se reuniram com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), que temendo a derrota prometeu resolver o problema.
BN