Bahia realiza 1ª Conferência de Saúde das Mulheres
Preparatória para a etapa nacional, a 1ª Conferência de Saúde das Mulheres do Estado da Bahia foi aberta nesta segunda-feira (31) à noite, no hotel Fiesta, na capital baiana. Entre as pautas, temas como a violência de gênero e os desafios para implementar uma atenção integral à saúde da mulher.
De acordo com o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, que também coordena a conferência, este é um momento de fortalecimento do controle social, análise do Sistema de Único de Saúde (SUS) e definição de diretrizes para políticas públicas. “Este é um evento que aborda a saúde da mulher sob um aspecto mais amplo, não apenas vinculado à maternidade”, afirma o secretário. “Aqui debateremos a necessidade da equidade e proteção contra a violência de gênero.”
Vilas-Boas pontua ainda que, historicamente, muitas mulheres foram responsáveis pela construção e fortalecimento da saúde pública no País. “Na Bahia, figuram mulheres importantes como Ana Nery, primeira enfermeira do Brasil, Irmã Dulce, fundadora do maior hospital filantrópico da Bahia, e Lorene Pinto, primeira mulher a ocupar o cargo de diretora da Faculdade de Medicina da Bahia”, destaca o titular da pasta da Saúde. “Assim como elas, as delegadas desta conferência resistem e lutam por um SUS equânime.”
O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Mendonça, ressalta a importância da integração de todas as esferas sociais nas discussões. “Estamos garantindo o direito de debate à população historicamente excluída e fazendo valer o princípio da equidade no SUS, com mais mulheres, idosas, jovens, negras, lésbicas, trans, indígenas, mulheres das comunidades tradicionais, mulheres com deficiências e necessidades especiais”, afirma.
Até 2 de agosto, quando serão eleitas as delegadas para a 2ª Conferência Nacional, as discussões serão centradas em quatro eixos temáticos: O papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres; O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres; Vulnerabilidade na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres, e Políticas Públicas para Mulheres e Participação Social.
O conjunto das propostas em todos os eixos temáticos demonstra alguns aspectos que precisam ser colocados na pauta do controle social do SUS, como as questões do acesso, segurança, gênero, raça, etnia, humanização do parto, práticas complementares e integrativas ao SUS e, principalmente, as relações de trabalho.
Cleber Vieira