Ministro do STF diz que defesa de Lula tenta ‘embaraçar apurações’ da Lava Jato
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki afirmou, em decisão na qual negou um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o recurso apresentado pelo petista é “mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações” da Operação Lava Jato. A defesa de Lula ingressou com uma ação para questionar a atuação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos julgamentos da Lava Jato em primeira instância, no Paraná. Os advogados pediam que três inquéritos que estão em Curitiba fossem suspensos e enviados à Suprema Corte.
A decisão é da última terça-feira (6), mas a íntegra só foi tornada pública no sistema do STF nesta quinta-feira (8). Em decisão com sete páginas, o ministro lembra outra ação apresentada pela defesa contra a atuação de Moro sob o argumento de que o juiz teria mantido sob seu controle interceptações telefônicas de autoridades com foro privilegiado.
Para Teori Zavascki, trata-se de “insistência do reclamante”, ou seja Lula, em dar “contornos de ilegalidade, como se isso fosse a regra” aos atos do juiz de primeira instância. Para Teori, o STF tem “amplo conhecimento” sobre os processos que tramitam sobre a Lava Jato e as fraudes na Petrobras.
“Apesar de esses argumentos serem objeto de análise naqueles autos, tal quadro revela a insistência do reclamante em dar aos procedimentos investigatórios contornos de ilegalidade, como se isso fosse a regra. Nesse contexto, é importante destacar que esta Corte possui amplo conhecimento dos processos (inquéritos e ações penais) que buscam investigar supostos crimes praticados no âmbito da Petrobras, com seus contornos e suas limitações, de modo que os argumentos agora trazidos nesta reclamação constituem mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações”, afirmou o ministro.
Metro 1