Geddel diz vai ao “limite das forças” para acabar com a EBC: “Cabide de emprego”
O presidente interino, Michel Temer, analisa a possibilidade de extinguir a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo o colunista do jornal O Globo Jorge Bastos Moreno, em publicação neste sábado (11), Temer recomendou um estudo e pretende encerrar as atividades da emissora pública, que vem sendo alvo de disputa entre o atual governo e a presidente afastada, Dilma Rousseff.
Ainda de acordo com o periódico, a proposta de extinção da EBC está ganhando adeptos dentro do governo, tendo como um dos principais entusiastas o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que disse que a empresa se tornou “cabide de emprego” e “foco de militância”.
“Essa é uma visão pessoal e não de governo. Mas fico feliz que outros estejam concordando. A EBC é um símbolo de um governo ineficiente, do aparelhamento da gestão, de autopromoção. Não pode ser canal de autopromoção. O que for informativo e não autopromocional, se mantém. Para fazer propaganda, temos contratos com agências para fazer publicidade, que é outra coisa. Acabar com isso é um imperativo para que o novo governo se diferencie. Falei minha opinião ao presidente, que ouviu”, disse Geddel.
Após a publicação da reportagem, a presidente do Conselho Curador da EBC, a jornalista Rita Freire reagiu às declarações do ministro, afirmando ser uma “temeridade” querer acabar com uma estrutura voltada para a sociedade, de informação pública. Ela disse que a EBC está sob “forte ataque” na gestão de Temer e que o Conselho deverá se pronunciar mais uma vez em defesa da empresa. Além de defender a demissão dos “cargos de confiança”, Geddel afirmou que pode se discutir alternativas, como uma “estrutura enxuta” com equipes para registrarem os atos do presidente, acompanhá-los nas viagens. Atualmente, a estrutura de comunicação tem a NBr, que é a TV do governo, que transmite todas as cerimônias do governo, por exemplo. A TV está dentro da EBC, que funciona como uma agência de notícias oficial.
Para o ministro, poderiam ser feitos vínculos com as TVs Educativas, repassar inclusive os equipamentos modernos e aproveitar todos os concursados.
Outro ministro que defende a extinção da EBC é o da Casa Civil, Eliseu Padilha, que classificou a EBC como portadora de gastos supérfluos. “Já falei com o presidente Michel sobre isso e ele determinou que se faça um estudo real dos gastos. O governo não tem interesse em concorrer com a mídia privada. Ali, é um gasto absolutamente supérfluo. E, num momento em que estamos numa fase de fazer mais com menos, as coisas supérfluas. Isso servia muito bem a quem queria ideologizar as ações do governo, queria a construção de uma franquia ideológica a partir dessa comunicação. Não é o nosso caso. Poderemos redimensioná-la. Não vamos extinguir a área de comunicação de governo. É inadmissível a ideologização da comunicação de governo. Mas a comunicação de governo é indispensável”, afirmou.
Metro 1