Áudios sobre Lava Jato derrubam Jucá do Planejamento
Veja\Por: Felipe Frazão e Laryssa Borges, de Brasília
Antes mesmo de completar duas semanas no governo, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, deixa a administração interina de Michel Temer. A queda, provocada por revelações de que propôs um “pacto” para conter o avanço das investigações da Operação Lava Jato, foi anunciada oficialmente como uma “licença”. No governo, porém, a expressão é apenas uma estratégia para amenizar a necessária demissão e tentar blindar a gestão Temer, que tem o prazo máximo de 180 dias para reconstruir os pilares da credibilidade do país e garantir votos necessários para a consolidação do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
Após entregar a nova meta fiscal de 2016 ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, Jucá afirmou nesta segunda-feira que vai se licenciar do cargo a partir de amanhã. Ele disse que preferiu deixar o cargo para aguardar que o Ministério Público Federal se manifeste sobre os áudios em que sugere um pacto para paralisar a Operação Lava Jato e conter a “sangria” provocada pelas investigações. Minutos antes do anúncio de Jucá, Michel Temer afirmou que buscaria “a melhor solução para todos” diante do caso. O peemedebista afirmou que o presidente interino chegou a pedir que ele ficasse no cargo – e que a decisão de ‘pedir licença’ partiu do próprio Jucá. O Diário Oficial desta terça-feira deve confirmar a exoneração de Jucá do Executivo.