Política

Dilma discursa fora do Planalto e cita traição e injustiça ao falar de impeachment

A presidente fez um pronunciamento onde se disse vítima de injustiça

Do lado de fora do Planalto, acompanhada pelo presidente Lula e ministros, Dilma discursou para apoiadores que a aguardavam sob gritos ‘Dilma, guerreira’. A presidente fez um pronunciamento onde se disse vítima de injustiça. Ela recebeu apoio de movimentos sociais que fazem nova manifestação contra o impeachment.

Dilma diz que é vítima de injustiça após ser notificada de afastamento da Presidência

 “São duas palavras terríveis: traição e injustiça. São, talvez, as mais terríveis palavras que recaem sobre uma pessoa. E esta hora agora, esse momento que estamos vivendo, é o momento em que as contas da injustiça e da traição estão soltas por aí. Quero dizer para vocês que eu estou pronta para resistir por todos os meios legais”. Dilma é interrompida por gritos de “resistir”.

Dilma cita traição e injustiça ao falar de impeachment (Foto: Reprodução)

Cunha foi vaiado após ser citado por Dilma. “Aqueles que perderam as eleições tentaram agora chegar ao poder pela força”.

 “Se não era crime naquela época, também não é crime agora. Quem deu início a esse golpe o fez por vingança, fez porque nós nos recusamos a dar ao senhor Eduardo Cunha os votos na Comissão de Ética para que ele fosse absolvido”. Nesse momento, houve vaias por parte dos manifestantes.
 “O que eles estão tentando é acabar ou regredir com as políticas sociais”. “Governos assim caem na tentação de reprimir protestos, reivindicações, manifestações”.
 Dilma voltou a dizer que não cometeu crime, e que, por isso, se sente injustiçada. “Jamais compactuei com a corrupção, esse é um processo inconsistente, injusto, desencadeado contra uma pessoa inocente, é a maior brutalidade que pode ser cometida contra qualquer ser humano, puni-lo por um crime que não cometeu. Não existe injustiça mais devastadora que condenar um inocente, é uma injustiça, um mal irreparável, essa farsa jurídica de que estou sendo alvo. Como presidente, nunca aceitei chantagem alguma, posso ter cometidos erros, mas não cometi crime.”
 Dilma foi notificada no Palácio do Planalto pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO), de seu afastamento do cargo após a proclamação do resultado da votação da admissibilidade do seu processo de impeachment na manhã desta quinta-feira (12).
O Senado aprovou, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o processo será aberto no Senado e Dilma é afastada do cargo por até 180 dias. Os senadores votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78 parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, se absteve.
 Saída do Planalto
 Assim que terminou sua declaração, Dilma saiu do Palácio do Planalto pela porta principal que fica no térreo do prédio. No caminho, ela cumprimentou servidores da Presidência, em sua maioria mulheres, que a recepcionaram no caminho, que estavam em um cercado próximo à rampa. Na avenida em frente ao Planalto, onde estão concentrados milhares de manifestantes em apoio a presidenta, ela resolveu falar novamente.

Correio 24Horas

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